quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Genéricos vão entrar em mercado de R$ 750 mi

Um extenso levantamento realizado pela Pró-Genéricos, a entidade que reúne os fabricantes de medicamentos genéricos no Brasil, mostra que, nos próximos três anos, vão vencer patentes de 17 remédios no país, que hoje faturam pelo menos R$ 750 milhões.

Quando a patente expira, os medicamentos de marca têm grande parcela das vendas afetadas pela competição com os genéricos, remédios equivalentes, porém mais baratos. A maioria dos vencimentos de patente ocorrerá em 2010, quando 12 drogas perderão a proteção.

Na lista compilada pela Pró-Genéricos, obtida com exclusividade pelo Valor, estão medicamentos conhecidos como o Lipitor, o remédio mais vendido no mundo, utilizado para o controle dos níveis de colesterol; o Viagra, a famosa pílula azul contra impotência sexual; o anti-hipertensivo Diovan, um dos comprimidos que mais faturam no país, e o antipsicótico Zyprexa, um remédio com grande vendagem para governo.

Essas marcas pertencem às grandes multinacionais farmacêuticas como Pfizer, Novartis e Eli Lilly. São alvos de cobiça dos laboratórios de genéricos. Antes mesmo de terminar o prazo legal de proteção da patente, que dura 20 anos, os fabricantes já estão prontos para colocar as versões genéricas no mercado. Assim que cai a exclusividade obtida com a proteção intelectual, o genérico entra no mercado. E os preços tendem a cair.

"O valor de R$ 750 milhões é uma estimativa dos dados auditados no varejo farmacêutico. O número pode ser maior", explica o presidente da Pró-Genéricos, Odnir Finotti. "Faltam incluir, por exemplo, as vendas para governos federais, estaduais e municipais, mas o acesso a essas informações é limitado." Segundo estimativas da Pró-Genéricos, o Lipitor, que pertencem à Pfizer, representa cerca de R$ 250 milhões do total de R$ 750 milhões. A aquisição da americana Wyeth pela Pfizer por US$ 68 bilhões, nesta semana, foi interpretada por especialistas como uma forma de a empresa compensar a perda futura de receita do Lipitor com o fim de sua patente. A Wyeth é dona de um grande "pipeline" de medicamentos lucrativos no segmento de biotecnologia.

Com tanto interesse econômico por trás, os laboratórios de genéricos e multinacionais travam disputas legais em defesa dos interesses de cada segmento. "Os laboratórios multinacionais tentam esticar o prazo de validade de suas patentes", diz Finotti. Segundo ele, esse é o caso do Lipitor. Para a entidade de fabricantes de genéricos, o vencimento da patente do Lipitor no país já tem data marcada e a acontece ainda neste ano, em agosto. Para a Pfizer, dona da marca, o vencimento ocorre apenas em dezembro de 2010.

Alegando que a Pfizer "abandonou" a patente do Lipitor no país, antes de buscar uma validação como ocorreu nos EUA, a Pró-Genéricos diz que a lei brasileira não reconheceu esse tipo de mecanismo. "O INPI (o órgão brasileiro de proteção intelectual) entrou com processo na Justiça contra a intenção da Pfizer de esticar o prazo", disse.

Segundo a Pfizer, uma decisão judicial foi dada de forma definitiva corrigindo o prazo da patente que cobre a atorvastatina, o princípio ativo do Lípitor. Ainda de acordo com o laboratório, há uma ação visando cancelar a decisão do Tribunal Regional Federal que corrigiu a data de validade da patente, mas não há decisão sobre esse assunto.

Fonte: Valor Online

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

IND.FARMACÊUTICA: Pfizer torna-se a maior biofarmacêutica

A Pfizer e a Wyeth anunciaram hoje um acordo em que a Pfizer adquire o laboratório Wyeth em uma transação de aproximadamente US$ 68 bilhões. "A combinação da Pfizer e Wyeth é uma oportunidade de transformar nossa indústria, que resultará na maior companhia biofarmacêutica do mundo", declara Jeffrey Kindler, CEO da Pfizer.

"A nova companhia será líder em saúde humana, animal e produtos de consumo. No mundo todo, ofereceremos aos pacientes um portfólio extremamente diversificado e inovador", destaca.

De acordo com o comunicado da empresa, a aquisição da Wyeth traz grandes avanços em prioridades que a Pfizer tem buscado nos últimos anos, como aumentar o portfólio de produtos de linha e pipeline. A Pfizer poderá ainda destacar-se no mercado de bioterapêuticos e vacinas; promover o crescimento em mercados emergentes; criar novas oportunidades para produtos maduros; além de investir em negócios complementares.

A combinação das duas companhias oferecerá produtos para cada fase da vida, com produtos inovadores em diversas áreas terapêuticas, como: cardiovascular, oncologia, saúde da mulher, sistema nervoso central, doenças infecciosas em uma linha que inclui 17 produtos com mais de US$ 1 bilhão cada em receitas anuais.

A Pfizer torna-se a segunda maior provedora de tratamentos complexos, incluindo: o líder mundial de Enbrel (medicamento biológico para psoríase e doenças reumáticas); Prevenar (para doenças pneumocócicas em bebês e crianças), a vacina mais vendida no mundo; Sutent para o tratamento de câncer de rim e GIST; Geodon para esquizofrenia; e o antibiótico Zyvox para infecções.

A companhia explica ainda que a transação faz da Pfizer líder mundial em saúde animal, que une a sua linha de produtos para bovinos, suínos, aves e animais de companhia ao portfólio da Fort Dodge - uma das divisões da Wyeth.

Além disso, a nova companhia será a maior investidora em pesquisa e desenvolvimento do mundo, nas principais plataformas científicas como vacinas, pequenas e grandes moléculas, produtos de consumo (OTC) e nutrição.

A aquisição também resulta em um forte pipeline de biofarmacêuticos, incluindo programas em diabetes, inflamação e imunização, oncologia e dor. Há ainda significativas oportunidades no pipeline da Wyeth em doença de Alzheimer - que possui vários compostos em desenvolvimento, assim como o bapineuzumab.

A companhia resultante da aquisição trabalhará em unidades de negócios. Cada uma delas supervisionará o produto desde o desenvolvimento e estudos clínicos até a comercialização, operando de forma individualizada. Esse formato agilizará tomadas de decisão e potencializará o uso de recursos, aumentando a capacidade de investir em oportunidades de longo prazo. Com a negociação, haverá também o aumento da qualidade e capacidade de produção, incluindo a fábrica da Wyeth em Grange Castle, na Irlanda, a maior produção integrada de biotecnológicos no mundo.

Geograficamente, a combinação da Pfizer e Wyeth acentuará a presença da nova empresa em importantes regiões. De acordo com dados do IMS Health, a nova companhia será líder em receitas de biofarmacêuticos nos Estados Unidos, com aproximadamente 12% de market share; na Europa terá 10% desse mercado; aproximadamente 7% do mercado asiático; 6% no Japão e também 6% no mercado latinoamericano.

A presença será significativa em mercados emergentes com grande crescimento, como América Latina, Oriente Médio e China - onde a Wyeth tem atuação marcante com produtos nutricionais infantis, enquanto a Pfizer é reconhecida como líder em farmacêuticos.

Fonte:Redação - InvestNews

IND.FARMACÊUTICA: Bristol reverte prejuízo e ganha US$ 1,24 bi

Deixando de lado a crise financeira mundial, o grupo farmacêutico norte-americano Bristol-Myers Squibb anunciou hoje que reverteu prejuízo e registrou ganhos no quarto trimestre de 2008. A companhia obteve um lucro líquido de US$ 1,24 bilhão (US$ 0,63 por ação), frente a uma perda de US$ 89 milhões (US$ 0,05 por ação).

Em 2008, o lucro da farmacêutica atingiu US$ 5,24 bilhões (US$ 2,65 por ação), com crescimento de 142%, quando comparado com a mesma época de 2007, que reportara US$ 2,16 bilhões (US$ 1,10 por ação).

As vendas líquidas somaram US$ 5,24 bilhões de outubro a dezembro de 2008 e, nos doze meses do ano anterior, as vendas atingiram US$ 20,59 bilhões.

Fonte: Redação - InvestNews