quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

BNDES aprova R$804 milhões para fábrica da Novartis em PE

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A fábrica produzirá três tipos de proteínas usadas em uma vacina contra a meningite B, a Bexsero

imageO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de 804 milhões de reais à empresa farmacêutica suíça Novartis para a construção de uma fábrica de biotecnologia em Jaboatão dos Guararapes (PE), de acordo com comunicado divulgado nesta terça-feira.

A fábrica produzirá três tipos de proteínas usadas em uma vacina contra a meningite B, a Bexsero.

Os produtos fabricados no Brasil serão exportados para outra unidade da empresa, na Itália, e incorporados na vacina. A fábrica deve entrar em operação em 2018, informou o BNDES.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Aché está à procura de um presidente

Monica Scaramuzzo, do 

A companhia busca um executivo com perfil financeiro que faça a empresa cada vez mais rentável para garantir gordos dividendos para as famílias controladoras

A farmacêutica Aché, uma das maiores do País, está à procura de um presidente executivo. Mas não é um presidente qualquer. A companhia nacional, que registrou faturamento líquido de R$ 1,6 bilhão em 2012, busca um executivo com perfil financeiro, disseram fontes ao jornal O Estado de S. Paulo.

A estratégia é tornar a empresa cada vez mais rentável para garantir gordos dividendos para as três famílias controladoras: Dellape Baptista, Siaulys e Depieri.

“O Aché é uma máquina de fazer dinheiro e é considerada uma das mais rentáveis do setor, com um portfólio de medicamentos diversificado”, afirmou uma fonte.

O Aché, porém, informou apenas que “segue no processo de sucessão e está avaliando candidatos para a posição de diretor-presidente. No momento oportuno haverá comunicação sobre o novo ocupante do cargo”.

Desde fevereiro, a companhia tem sido coordenada por um comitê de gestão, do qual fazem parte os diretores executivos Manoel Arruda Nascimento (gestão de demanda); Celso Sustovich (novos negócios) e Vânia de Alcântara Machado (comercial), apoiados pelo presidente do Conselho de Administração, Adalberto Dellape Baptista.

Este comitê foi criado após a saída do executivo José Ricardo Mendes da Silva, considerado o homem de confiança dos Depieri.

Venda bilionária

No ano passado, os acionistas do grupo, que está na segunda geração, tentaram vender o laboratório. Gigantes globais, como a inglesa GlaxoSmithKline (GSK) e a suíça Novartis, olharam os ativos, dizem fontes. O Aché não confirma que esteve à venda.

O negócio estaria avaliado na casa dos R$ 15 bilhões - quase 25 vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia, valor considerado estratosférico no setor farmacêutico.

No mercado internacional, para se ter uma ideia, os ativos farmacêuticos giram em torno de 8 a 10 vezes o Ebtida. Importantes aquisições feitas no País, como o da Mantecorp pela Hypermarcas, e a Multilab pela Takeda, os múltiplos giraram em torno de 20 vezes o Ebtida.

“Muita companhias globais chegaram a avaliar o Aché, considerado um dos melhores ativos farmacêuticos do País, mas as negociações esbarraram no preço. O valor dos laboratórios nacionais inflacionou muito e o cenário macroeconômico não está entre os mais otimistas”, diz uma fonte.

“Não é a primeira vez que os acionistas tentaram vender a empresa. Muito se fala em divergência entre os acionistas nos negócios, mas os controladores criaram sua regra de convívio e se toleram.

Eles são, na verdade, mais acionistas do que donos e estão mais interessados em tirar o lucro”, afirma outra fonte. Nos últimos três anos, os sócios retiraram dividendos que responderam por quase 100% do lucro da empresa, afirmaram fontes.

Outros negócios

Além da participação no laboratório Aché, os controladores mantêm importantes negócios independentes. A família Baptista, por exemplo, controla a Partage, de empreendimentos imobiliários. Os Siaulys possuem redes de hotéis de luxo, como o Unique.

Os Depieri são investidores do mercado financeiro. As famílias também estão entre os acionistas da BR Pharma, braço de varejo farmacêutico do BTG. Nos últimos anos, o Aché tentou abrir seu capital, mas não levou o projeto adiante pelas incertezas do mercado.

Farmacêutica, que possibilitou à companhia entrar no segmento de genéricos - hoje os produtos são vendidos sob a marca Genéricos Biosintética.

Em 2010, a empresa adquiriu 50% da Melcon, de Anápolis (GO), marcando sua entrada em hormônios. A companhia tentou, em 2011, fazer uma joint venture com a inglesa GSK para a produção de produtos inovadores, mas a aliança não foi adiante.

O Aché tem cerca 280 marcas de produtos em 695 apresentações de medicamentos sob prescrição, isentos de prescrição e genéricos. A empresa também atua em dermatologia e nutracêuticos, de margens mais atraentes.

O Aché também faz parte da Bionovis, superfarmacêutica criada com o apoio do governo federal para produzir medicamentos biossimilares, que tem entre os sócios a EMS, Hypermarcas e União Química.

A notícia de que o Aché poderia mudar de mãos causou preocupação no governo, pois o acordo de acionistas da Bionovis não permite a participação de capital estrangeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Pfizer tem lucro acima das expectativas no 3º trimestre

Ransdell Pierson, da 

Maior farmacêutica dos Estados Unidos disse que lucrou 2,59 bilhões de dólares, ou 0,39 dólar por ação, no trimestre

Pílulas do remédio Lipitor, da Pfizer

A Pfizer divulgou nesta terça-feira um resultado melhor que o esperado do terceiro trimestre, ajudada por corte de custos e alta nas vendas de remédios contra câncer aprovados recentemente.

A maior farmacêutica dos Estados Unidos disse que lucrou 2,59 bilhões de dólares, ou 0,39 dólar por ação, no trimestre, comparados com 3,21 bilhões de dólares, ou 0,43 dólar por papel, um ano antes.

Excluindo itens especiais, a Pfizer teve lucro de 0,58 dólar por ação. Analistas esperavam em média ganho de 0,56 dólar por papel, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S.

As vendas globais da empresa caíram 2 por cento, para 12,64 bilhões de dólares, prejudicadas pela competição de genéricos do Lipitor, contra colesterol, e outros remédios. Wall Street esperava vendas de 12,7 bilhões de dólares.

As vendas dos remédios de oncologia saltaram 24 por cento no trimestre, para 407 milhões de dólares, em contraste com a queda nas vendas da linha de cuidados especiais e medicamentos de cuidados primários da Pfizer.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Lucro líquido da Novartis recua 6% no terceiro trimestre

Por Marcelo Ribeiro Silva, do Estadão

Os ganhos da farmacêutica suíça chegaram a US$ 2,26 bilhões entre julho e setembro, de US$ 2,41 bilhões no mesmo período de 2012

imageA Novartis anunciou que teve queda de 6% no lucro líquido atribuível aos acionistas no terceiro trimestre deste ano em comparação com mesmo período do ano passado.

Os ganhos da farmacêutica suíça chegaram a US$ 2,26 bilhões entre julho e setembro, de US$ 2,41 bilhões no mesmo período de 2012. Os analistas consultados pela Dow Jones Newswires esperavam lucro líquido de US$ 3,22 bilhões.

Por outro lado, as vendas líquidas da empresa avançaram 4% no terceiro trimestre, para US$ 14,33 bilhões, contra US$ 13,80 bilhões entre julho e setembro do ano passado. Os analistas previam que as vendas liquidas somariam US$ 14,31 bilhões no período. Fonte: Dow Jones Newswires.

Teva cortará 5.000 empregos para economizar US$2 bi por ano

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Maior fabricante mundial de medicamentos genéricos disse que espera economizar quantia até o final de 2017

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A Teva Pharmaceutical vai cortar cerca de 5.000 empregos, representativos de 10 por cento da sua força de trabalho, acelerando um plano de corte de custos à medida que se prepara para a competição para seu medicamento mais vendido.

Maior fabricante mundial de medicamentos genéricos, a Teva disse que espera economizar 2 bilhões de dólares por ano até o final de 2017.

O remédio para esclerose múltipla da farmacêutica, Copaxone, responde por cerca de 20 por cento das vendas e 50 por cento do lucro da empresa. Mas a droga poderá enfrentar a concorrência de rivais no próximo ano.

Em agosto, um tribunal de apelações dos Estados Unidos invalidou algumas patentes que poderiam levar a versões genéricas de Copaxone a partir de maio de 2014, um ano mais cedo que o esperado. A Teva planeja recorrer.

O anúncio de cortes da empresa israelense é o mais recente entre os que foram feitos por grandes farmacêuticas envolvendo redução de custos. Na semana passada, a Merck & Co disse que iria cortar os custos operacionais anuais em 2,5 bilhões de dólares e eliminar 8.500 empregos, ou mais de 10 por cento de sua força de trabalho global.

Outras companhias, incluindo a Pfizer, AstraZeneca e Sanofi, também reduziram o número de funcionários nos últimos anos devido à desaceleração das vendas, frequentemente afetadas pela concorrência com medicamentos genéricos mais baratos --muitos dos quais feitos pela Teva.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Roche investirá US$880 mi em produção e criar 500 empregos

Expansão mostra confiança da Roche em seu portfólio e contraria a tendência de redução de custos por parte de algumas grandes farmacêuticas

Roche

A farmacêutica suíça Roche irá investir 800 milhões de francos suíços (880 milhões de dólares) em suas instalações de produção globais ao longo dos próximos cinco anos, criando 500 postos de trabalho, conforme se prepara para a crescente demanda por seus medicamentos biológicos.

A maior fabricante mundial de medicamentos contra o câncer, que emprega cerca de 80.000 pessoas em mais de 100 países, disse nesta segunda-feira que o investimento aumentaria sua capacidade de produção em Penzberg, na Alemanha, na Basiléia, na Suíça, e em Vacaville e Oceanside, nos Estados Unidos.

A expansão mostra a confiança da Roche em seu portfólio de novos medicamentos contra câncer e contraria a tendência de redução de custos por parte de algumas grandes farmacêuticas nas últimas semanas, em resposta à desaceleração do crescimento das vendas.

Na semana passada, a israelense Teva, maior fabricante mundial de medicamentos genéricos em vendas, disse que vai cortar 5.000 empregos, enquanto a Merck & Co planeja reduzir os custos operacionais anuais em 2,5 bilhões de dólares e eliminar mais de 10 por cento de sua força de trabalho.

Muitos dos medicamentos mais promissores da Roche, como o tratamento da artrite RoActemra e os novos remédios contra câncer de mama Kadcyla e Perjeta são biológicos, que ao contrário de drogas químicas são proteínas ou células derivadas de organismos vivos que são difíceis de replicar.

A Roche disse que vai investir cerca de 260 milhões de francos suíços (286 milhões de dólares) nas unidades de Vacaville e Oceanside, criando cerca de 250 novos empregos. Em Penzberg, a empresa vai investir cerca de 350 milhões de francos suíços (385 milhões de dólares), criando cerca de 200 postos de trabalho.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Merck vai demitir 8,5 mil pessoas em dois anos

Por Valor Econômico - Andrew Jack - Financial Times, de Londres

A companhia farmacêutica americana Merck deverá demitir um quinto de sua força de trabalho dentro de dois anos, ao buscar estreitar o foco de seus negócios e reduzir os custos operacionais anuais em US$ 2,5 bilhões.

A empresa disse ontem que planeja uma nova redução, de 8,5 mil funcionários, de um total global de 81 mil - uma decisão que se soma aos 7,5 mil cortes de postos de trabalho anunciados anteriormente -, e deverá assumir encargos entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões para cobrir os custos da reestruturação.

Num momento em que está empenhada em manter sua reputação de líder inovadora no setor farmacêutico, a Merck disse que deverá concentrar-se em 10 "mercados prioritários". Ela irá concentrar-se em vendas nos EUA, Japão, França, Alemanha, Canadá, Reino Unido, China, Brasil, Rússia e Coreia do Sul.

A empresa, com sede em Nova Jersey, também pretende concentrar suas pesquisas em um leque mais estreito de áreas terapêuticas, aquelas com "maior potencial de crescimento", como oncologia, diabetes, cuidados hospitalares agudos e vacinas.

A decisão foi tomada em meio a crescentes pressões dos investidores para que a companhia crie novas medicações para substituir seus atuais medicamentos mais vendidos, como o Januvia, para diabetes, que sofrem a concorrência de genéricos à medida que suas patentes vão expirando.

A Merck demorou para pesquisar terapias biológicas baseadas em "grandes moléculas" e observadores do setor disseram que a empresa ficou atrasada em relação a suas rivais na formação de parcerias e alianças externas para ajudar a melhorar sua produtividade.

Kenneth Frazier, presidente-executivo da Merck, disse: "Essas medidas tornarão a Merck mais competitiva, mais bem posicionada para impulsionar inovações e vender de forma mais eficaz os medicamentos e vacinas para as pessoas que deles necessitam."

A companhia disse que os cortes foram concebidos para torná-la mais ágil no desenvolvimento de medicamentos. O enxugamento de pessoal afetará os departamentos de marketing e de administração, bem como pesquisa e pessoal envolvido em desenvolvimento.

Respondendo à cobrança, pelos investidores, de retornos em dinheiro, a Merck comprometeu-se a usar as economias resultantes do programa para manter um nível elevado de pagamento de dividendos e recompras de ações.

A Merck realizou uma série de mudanças em suas operações de pesquisa para aumentar a produtividade, neste ano, ao nomear Roger Perlmutter, ex-alto executivo da Amgen, para diretor de pesquisas, em substituição a Peter Kim, que ocupava o cargo desde 2003.

Andrew Baum, analista do Citi, avalia que a decisão da Merck vem na esteira de "um ano difícil" e deverá elevar moderadamente sua estimativa para o valor presente líquido da companhia. "A Merck é atualmente retardatária, em relação a suas concorrentes, na externalização das atividades de P&D e a decisão anunciada hoje [ontem] é um passo positivo para corrigir esse descompasso."

GSK pedirá autorização para vacina contra malária

O grupo farmacêutico britânico GSK anunciou que solicitará autorização científica europeia para sua vacina contra a malária, destinada a crianças da África

A sede da companhia farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK)

O grupo farmacêutico britânico GSK anunciou nesta terça-feira que solicitará autorização científica europeia para sua vacina contra a malária, destinada a crianças da África subsaariana, depois de testes que considerou "promissores".

Várias vacinas contra a malária - doença transmitida por mosquitos que mata 655.000 pessoas por ano, sobretudo crianças africanas com menos de cindo anos - estão sendo desenvolvidas. A elaborada pela GSK, chamada "RTS,S", é a mais avançada.

A empresa britânica anunciou em conjunto com o grupo Malaria Vaccine Initiative (MVI, apoiada pela Fundação Bill e Melinda Gates) os primeiros resultados do teste avançado, chamado de fase 3, destinado a mais de 15.000 crianças, em uma conferência sobre a malária em Durban (África do Sul).

"A eficácia da vacina foi de 46% para as crianças mais jovens (de 5 a 17 meses durante a primeira vacinação) e de 27% para os bebês de 6 a 12 semanas na primeira vacinação, ao longo dos testes realizados durante 18 meses", declarou à AFP o principal coordenador do teste, dr. Lucas Otieno (do Kenya Medical Research Institute/Walter Reed Project).

Otieno considerou "promissores os resultados obtidos até agora".

"Os testes continuam e nós esperamos ter em 2014 mais informações sobre a proteção a longo prazo (fornecidas pela vacina). Também avaliaremos a incidência de uma dose de reforço administrada 18 meses depois da vacinação", explicou.

A GSK pretende solicitar em 2014 a opinião científica da Agência Europeia do Medicamento para a vacina desenvolvida especialmente para as crianças da África subsaariana, e não para ser comercializada na Europa.

Em caso de opinião favorável, a Organização Mundial da Saúde (OMS) poderia recomendar a vacina em 2015, o que abriria o caminho a uma difusão na África (principalmente por meio do Unicef e do programa humanitário Gavi Alliance). O grupo farmacêutico afirma que terá margem de apenas 5%.

A malária é provocada por um parasita, Plasmodium, transmitido pelos mosquitos e que provoca febre, dores de cabeça e vômitos. A falta de tratamento pode provocar rapidamente a morte por problemas circulatórios.

Fonte: Exame

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Novo Nordisk investe até US$3,7 bi em remédio para diabetes

Comprimidos serão destinados a substituir as tradicionais injeções de insulina

Novo Nordisk

A Novo Nordisk planeja investir até 20 bilhões de coroas dinamarquesas (3,65 bilhões de dólares) no desenvolvimento de comprimidos para diabetes destinados a substituir as tradicionais injeções de insulina, disse a companhia nesta segunda-feira.

A empresa dinamarquesa informou que planeja gastar o dinheiro até 2020 no desenvolvimento de seis tipos de comprimidos, acrescentando que a soma inclui potenciais fábricas.

A Novo Nordisk estima que o mercado global de comprimidos para diabetes pode valer mais de 100 bilhões de coroas dinamarquesas por ano a partir do início da próxima década, disse um porta-voz, confirmando uma reportagem do jornal dinamarquês Borsen.

No tratamento convencional, a insulina tem de ser injetada na corrente sanguínea, o que assusta muitos potenciais usuários com estágios iniciais de diabetes.

O desafio para a tecnologia de comprimido é fazer a insulina passar pelo ácido gástrico e chegar até a corrente sanguínea.

A Novo Nordisk tem cerca de 500 funcionários que trabalham no desenvolvimento dos comprimidos, afirmou o porta-voz.

A companhia vai gastar cerca de 1 bilhão de coroas nos projetos neste ano, com o investimento crescendo para um possível lançamento de produtos no início da próxima década.

Fonte: Exame

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cade aprova ato de concentração entre Aspen e Glaxo

Sandra Manfrini, do 

Segundo informações do Cade, Aspen vai adquirir ativos relacionados a dois medicamentos anticoagulantes denominados da Glaxo

Funcionário da GlaxoSmithKline em uma fábrica da companhia no Canadá

A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, o ato de concentração envolvendo a Aspen Pharmacare Holdings Limited e Glaxo Group Limited (GSK). A operação envolve o setor de fabricação de medicamentos alopáticos. Segundo informações do Cade, a Aspen Global vai adquirir ativos relacionados a dois medicamentos anticoagulantes denominados Arixtra e Fraxiparine/Fraxodi pertencentes à Glaxo.

A Aspen é a controladora do Grupo Aspen, com sede na África do Sul, e atua mundialmente na produção e fornecimento de produtos farmacêuticos, nutricionais e voltados ao cuidado com a saúde. A GSK é uma empresa com atuação global, que desenvolve atividades de cuidados com a saúde, fornecendo produtos principalmente em três divisões de negócio: produtos farmacêuticos, vacinas e produtos para cuidados com a saúde. As atividades de GSK no Brasil são conduzidas, em grande parte, pela GlaxoSmithKline Brasil Ltda. ("GSK Brasil").

Segundo avaliação feita pelo Cade, a "operação não acarreta qualquer sobreposição horizontal ou integração vertical no Brasil". O despacho com a aprovação da operação está publicado no Diário Oficial da União de hoje.

Em outro ato, a superintendência do Cade aprova a criação de uma joint venture entre a WPR Empreendimentos Imobiliários Ltda (WPR), Allpark Empreendimentos, Participações e Serviços S.A (Allpark) e British Car Auctions do Brasil Leilões S.A. (BCA Brasil). A joint venture, segundo informações do Cade, terá como objeto as atividades de construção, operação e manutenção de pátios destinados exclusivamente à remoção, liberação e apreensão de veículos, e leilão de veículos. A avaliação feita pelo órgão antitruste foi de que a operação não suscita quaisquer preocupações concorrenciais.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Redes de farmácias terão 61% do mercado em 4 anos

Dayanne Sousa, do 

O varejo farmacêutico é conhecido por sua fragmentação, mas movimentos de fusão e aquisição permitiram o surgimento de gigantes

Farmácia da Pague Menos

A participação de mercado das grandes redes de farmácias na venda de medicamentos e outros produtos como itens de higiene e beleza vem crescendo enquanto varejistas independentes perdem espaço.

A conclusão é de estudo da IMS Distribution Studies divulgado pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

De acordo com a pesquisa, as farmácias geridas por grandes grupos devem deter 61% do volume total do mercado em quatro anos.

O varejo farmacêutico é conhecido por sua fragmentação, mas movimentos de fusão e aquisição permitiram o surgimento de gigantes como a Raia Drogasil, a Brasil Pharma e a DPSP, fruto da união das Drogarias Pacheco e São Paulo.

Segundo o IMS, em 2012 a participação das grandes nas vendas era de 50% ante 47% das farmácias pequenas, independentes.

Cinco anos atrás, os independentes dominavam o mercado, com 55% de participação. No período, a representatividade dos supermercados nestes segmentos permaneceu estável, em 3%.

Além dos grandes grupos nacionais, o Brasil teve a entrada da americana CVS Caremark. Em fevereiro, ela anunciou a compra da brasileira Drogarias Onofre.

"Além da consolidação das grandes redes e da inserção de grupos estrangeiros, as próprias independentes iniciaram um processo de expansão", diz em nota o presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.

Segundo ele, a alta na renda da população brasileira mudou o perfil do consumidor e estimulou a abertura de novos pontos de venda, favorecendo as marcas com maior representatividade geográfica e fôlego financeiro.

Atualmente, estima-se que haja 68,2 mil farmácias em território nacional, das quais 9,5 mil são gerenciadas por grandes redes.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cade aprova compra dos preservativos Jontex e Olla pela Hypermarcas

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, dois negócios da Hypermarcas no mercado de preservativos masculinos. Um é a compra da Jontex, que pertencia à Johnson & Johnson. O outro é a aquisição da Indústria Nacional de Artefatos de Látex (Inal), que produzia e vendia as marcas Olla, Lovetex, Microtex e o gel lubrificante íntimo Olla Gel.

As operações foram anunciadas em 2009 e estimadas em US$ 221 milhões, somando os valores das duas compras.

O relator dos processos, conselheiro Alessandro Octaviani, lembrou que o mercado de preservativos masculinos é formado pelo setor privado e pelo público, já que o governo distribui gratuitamente “camisinhas” numa política de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

No voto, o relator considerou ainda a necessidade de altos investimentos em publicidade e propaganda para que uma concorrente entre nesse ramo de atividade, pois essa nova empresa teria que fazer esses gastos para construir uma marca de preservativo que seja confiável.

Mas, mesmo que detenha uma alta concentração do setor, uma companhia só conseguirá exercer um poder de mercado, o que prejudica a concorrência, dependendo de outros fatores, frisou Octaviani. Segundo ele, é possível abrir uma fábrica de preservativos, em média, em menos de dois anos. Nesse prazo, as atuais empresas de “camisinhas” também conseguem ampliar a capacidade de produção.

Assim, o relator concluiu que há rivalidade no mercado de preservativos masculinos, ressaltando que duas marcas – Blowtex e Prudence – conseguem competir com os produtos adquiridos pela Hypermarcas. Mesmo em relação à distribuição das mercadorias, as operações não geram problemas concorrenciais, de acordo com o conselheiro. Então, votou pela aprovação dos negócios, sem restrições.

O conselheiro Ricardo Ruiz disse que as condições de entrada de uma empresa nesse mercado possuem uma “estrutura dual”, pois são rígidas em relação à marca, por causa das altas despesas em publicidade, e mais flexíveis quanto à abertura de novas fábricas. Ao destacar a concorrência entre as marcas, ele seguiu o entendimento e acompanhou o voto do relator.

Os demais conselheiros também votaram dessa forma e, portanto, os negócios da Hypermarcas receberam sinal verde do Cade por unanimidade nesta quarta-feira.

O conselheiro Eduardo Pontual disse que no mercado de “camisinhas” há uma grande diferenciação de mercadorias, com produção em cores, por exemplo. “Os novos consumidores estão sendo absorvidos pelas marcas concorrentes”, afirmou, ao ressaltar a maior distribuição das fatias que cada empresa detém no setor, ocorrida nos últimos anos.

“Por conta da dimensão desse mercado, fico muito tranquilo”, disse o presidente do Cade, Vinícius de Carvalho.

Ao analisar os casos, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda e a extinta Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça já tinham recomendado a aprovação dos negócios sem restrições.

Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Anvisa suspende venda e fabricação do Loretina D

Gabriela Vieira, do 

Indicado para aliviar os sintomas da rinite alérgica, o remédio apresentou alteração em sua fórmula sem autorização prévia

RemédiosA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a venda e a fabricação do medicamento Loretina D, na forma de comprimidos revestidos.

Indicado para aliviar os sintomas da rinite alérgica, o remédio apresentou alteração em sua fórmula sem autorização prévia da Agência. A proibição vale para todos os lotes fabricados a partir de 2010 pela indústria farmacêutica Pharlab.

A Anvisa suspendeu ainda um lote de outro medicamento produzido pela empresa. Segundo a Agência, o lote 012509 do anti-inflamatório Cedrilax 30 (em comprimidos) apresentou “desvio de qualidade em sua fabricação”.

A determinação publicada nesta terça-feira, 10, no Diário Oficial da União, obriga a Pharlab a recolher do mercado os lotes dos medicamentos irregulares.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Remédio para coração da Novartis mostra-se efetivo

Remédio experimental para insuficiência cardíaca se mostrou efetivo independente da idade dos pacientes ou da existência de outros problemas médicos

Novartis

Um remédio experimental da Novartis para tratamento de insuficiência cardíaca se mostrou efetivo independente da idade dos pacientes ou da existência de outros problemas médicos, mostrou um estudo clínico apresentado nesta segunda-feira.

A droga, Serelaxin, que é uma forma de hormônio humano que relaxa vasos sanguíneos e melhora o estresse sobre o coração e outros órgãos, é vista como um remédio importante no desenvolvimento de medicamentos da farmacêutica suíça.

Analistas da Jefferies esperam que ela gere vendas de 1,5 bilhão de dólares por ano.

Os resultados de um estudo de fase III apresentado em novembro mostraram redução nas mortes em 37 por cento ante a utilização de um placebo, e o dado mais recente deu mais informações sobre como a droga age em diferentes grupos de pacientes.

O remédio levou à diminuição da dispnéia, ou falta de ar, e menos mortes após seis meses em todos os grupos de pacientes, incluindo aqueles com função renal prejudicada, aqueles com 75 anos ou mais, e aqueles com fibrilação atrial, ou batimentos cardíacos irregulares.

As novas descobertas foram apresentadas no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Amsterdã, no qual os cardiologistas têm destacado a enorme necessidade de novos tratamentos para a insuficiência cardíaca aguda, quando o coração não consegue bombear sangue suficiente.

Fonte: Exame.com

Bruxelas aprova medicamento contra câncer de cólon da Bayer

O laboratório alemão anunciou que recebeu autorização das autoridades europeias para comercializar o medicamento Stivarga, contra câncer de cólon

Logomarca da gigante farmacêutica alemã Bayer

O laboratório alemão Bayer anunciou nesta sexta-feira que recebeu autorização das autoridades europeias para comercializar o medicamento contra câncer de cólon Stivarga.

Este tratamento oral, também conhecido pelo nome de Regorafenib, é indicado para pacientes que já tenham sido tratados ou não podem ser tratados com outros medicamentos contra esse tipo de câncer.

Segundo os resultados de um estudo em fase 3, o "Stivarga aumenta significativamente a sobrevivência das pessoas difíceis de tratar".

Bayer já havia recebido a autorização do Japão e Estados Unidos para comercializar o Stivarga para o tratamento de tumores estromais digestivos (GIST).

Fonte: Exame.com

terça-feira, 27 de agosto de 2013

AstraZeneca compra empresa nos EUA

Valor de compra de empresa de biotecnologia pode chegar a US$500 milhões

AstraZeneca

A farmacêutica AstraZeneca Plc deu mais um passo para reforçar o lançamento de novos medicamentos para câncer nesta segunda-feira ao adquirir a empresa norte-americana de biotecnologia Amplimmune por um valor que pode chegar a 500 milhões de dólares.

O acordo é o segundo a ser anunciado dentro de um intervalo de 24 horas no segmento de medicamentos contra o câncer, seguindo a compra da Onyx Pharmaceuticals pela Amgen por cerca de 10,4 bilhões de dólares.

A Amplimmune é especializada no desenvolvimento de tratamentos destinados a ajudar o sistema imunológico a combater o câncer. Com a compra da companhia, a AstraZeneca ganhará acesso a uma série de compostos em fase de desenvolvimento pré-clínico.

Apesar de a investida não implicar na produção de medicamentos comercialmente viáveis por vários anos, ela se encaixa na estratégia da farmacêutica britânica de desenvolver capacidades próprias em oncologia, identificada como área-chave pelo presidente-executivo da empresa, Pascal Soriot.

A MedImmune, unidade de biotecnologia da AstraZeneca, vai adquirir 100 por cento das ações da Amplimmune por um valor inicial de 225 milhões de dólares, com o pagamento de outros 275 milhões de dólares condicionado ao alcance de metas predeterminadas.

Fonte: Exame.com

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Eli Lilly diz estar preocupada com acusações de suborno

Farmacêutica norte-americana disse estar preocupada com as alegações publicadas num jornal chinês sobre pagamento de mais de 30 milhões de iuanes em subornos

Unidade da Eli Lilly Nos Estados Unidos

A farmacêutica norte-americana Eli Lilly disse estar profundamente preocupada com as alegações publicadas num jornal chinês sobre pagamento de mais de 30 milhões de iuanes (4,9 milhões de dólares) em subornos para que médicos prescrevessem medicamentos da empresa em vez de produtos de rivais.

Um ex-gerente sênior da empresa, identificado pelo pseudônimo Wang Wei, disse ao 21st Century Business Herald que o suborno e os pagamentos ilegais feitos pela companhia em operações na China foram generalizados, segundo noticiou o jornal nesta quinta-feira.

A Eli Lilly é a terceira farmacêutica estrangeira a enfrentar acusações publicadas no jornal neste mês. Os relatos coincidem com múltiplas investigações chinesas sobre o setor, abrangendo corrupção na precificação dos remédios.

A matéria disse que os 30 milhões de iuanes em subornos foram pagos durante cerca de um ano, entre 2011 e 2012.

A Eli Lilly afirmou em comunicado enviado por email à Reuters que estava analisando o assunto.

"Embora não tenhamos sido capazes de verificar essas alegações, nós as levamos a sério, e vamos continuar nossa investigação", disse o comunicado.

A empresa dos EUA disse que havia sido informada de "acusações semelhantes" acerca de propinas em 2012, por um ex-gerente de vendas. A companhia afirmou que abriu uma investigação na época, envolvendo entrevistas com a equipe, monitoramento de emails e auditorias nas despesas.

Fonte: Exame.com

sábado, 17 de agosto de 2013

Brasil Pharma vê lucro cair quase 70% no 2º trimestre

Novo logotipo e nova marca da Rede Brasil PharmaA companhia de varejo farmacêutico Brasil Pharma registrou uma forte queda no lucro líquido ajustado no segundo trimestre, de 67,6 por cento ante igual período de 2012, totalizando 7,86 milhões de reais

Segundo a empresa, o número foi ajustado para excluir despesas não recorrentes, além de amortização de ponto e marca e efeito de imposto de renda.

A companhia não comentou notícia recente sobre negociação para fusão com distribuidora de medicamentos, afirmando em comunicado separado que "nada tem a declarar nesse sentido".

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou 48,42 milhões de reais no período, alta de 4,5 por cento sobre um ano antes, com a margem caindo de 6,2 para 5,7 por cento.

O resultado financeiro ficou negativo em 15,3 milhões de reais no segundo trimestre, recuo de 24,6 por cento sobre o número de um ano antes.

A receita bruta, por sua vez, subiu 13,2 por cento, para 845,42 milhões de reais.

A companhia encerrou o segundo trimestre com base de 1.160 lojas, após abertura de 25 lojas próprias e 27 franquias no período.

A empresa fechou 7 lojas no período e informou que estima encerrar operações em 25 a 30 lojas em 2013, direcionando esforços para Centro-Oeste, Norte e Nordeste, regiões com maior crescimento de consumo.

A Brasil Pharma afirmou que espera concluir a integração da rede Big Ben em 2014 e que está testando sistema de gestão integrado de lojas, o que, aliado a ações como compra diretas junto à indústria, tem penalizado as vendas.

Fonte: Exame.com

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Brasil Pharma, do BTG, pode anunciar fusão com distribuidora

A Brasil Pharma, braço de varejo farmacêutico do BTG Pactual, pode unir suas operações com uma grande distribuidora de medicamentos e já mantém conversas com pelo menos três companhias da área: a Profarma, a PanPharma e a Santa Cruz. As informações são do jornal Valor Econômico, desta quarta-feira.

De acordo com a reportagem, ainda não foi definido em que formato se dará a fusão, mas até uma nova companhia pode surgir com a operação. As negociações agora estão na fase de estudo para saber quais das três empresas trariam mais vantagens e sinergias para as operações da Brasil Pharma.

O negócio, independente da escolha da distribuidora, deve criar a maior rede de varejo e distribuição de medicamentos do país, com faturamento que superará a cifra de 7 bilhões de reais, disse o Valor.

Fonte: Exame.com

domingo, 11 de agosto de 2013

Escândalo sobre estudos japoneses com medicamentos atinge Novartis

A gigante farmacêutica suíça Novartis enfrenta um problema de peso no Japão, seu segundo maior mercado, onde pesquisadores têm retratado estudos que apregoavam os benefícios do medicamento mais popular da companhia.

Duas investigações lideradas por universidades relacionadas a pesquisas com a Novartis apontam que dados foram alterados. A farmacêutica nega o envolvimento nas alegadas distorções de pesquisa e sustenta a eficácia de seu campeão de vendas, o Diovan, para problemas cardíacos.

Pelo menos oito hospitais japoneses disseram que vão parar de prescrever a medicação na esteira da controvérsia. “É moralmente problemático continuar a usar uma droga que está enfrentando questionamentos sobre os efeitos que provoca”, disse um diretor de hospital de Tóquio, em uma declaração pública.

“Pedimos desculpas por provocar uma situação que poderia abalar a confiança na pesquisa do Japão e pela realização de campanhas” do Diovan que citam as pesquisas com falhas, disse em entrevista coletiva o presidente da subsidiária japonesa da Novartis, Yoshiyasu Ninomiya.

Nos Estados Unidos, o escândalo parece ter tido um efeito limitado. Médicos cardiologistas dizem que o Diovan é uma droga amplamente utilizada para a redução da pressão arterial e tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca, bem como sobreviventes de ataques cardíacos. “Não há nenhuma razão para parar de usar a droga em pacientes adequados”, disse Steven Nissen, presidente da medicina cardiovascular da Clínica Cleveland.

Fonte: Valor Econômico

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Estratégia de negócios dos laboratórios é revista

As indústrias farmacêuticas nacionais querem reduzir sua dependência do segmento de genéricos. As perspectivas de crescimento nesse mercado já estão atingindo o seu limite, uma vez que o volume de patentes de produtos de referência considerados "blockbusters" (campeões de venda) está em declínio.

A estratégia das empresas com maior portfólio nesse setor está sendo revista, apurou o Valor. A diversificação é a saída encontrada pela maioria dessas companhias para garantir maior rentabilidade ao seu negócio.

O laboratório EMS, maior produtor de genéricos de capital nacional, iniciou nos últimos meses uma reestruturação para realinhar sua estratégia. Os genéricos vão continuar no portfólio da companhia, mas deverão ter menor participação no faturamento do grupo nos próximos anos. Esse reposicionamento não reflete exatamente uma saturação desse mercado - ainda há muito espaço para crescer no país -, mas as margens até então consideradas atraentes deverão se achatar nos próximos anos.
 
"As empresas mais diversificadas sentem menor impacto porque também trabalham com medicamentos de marca, os chamados similares, e com produtos de referência [com patente]", afirmou uma fonte de mercado.
 

O Valor analisou o balanço de cinco empresas farmacêuticas brasileiras, todas de capital fechado. Duas delas, a EMS e a Teuto, têm sua produção com maior foco em genéricos. As outras três - Eurofarma, Aché e União Química - trabalham com uma percentagem maior de medicamentos similares, e parte delas também investe na busca de produtos inovadores.

No ranking feito pela consultoria IMS Health (ver ao lado), uma referência no setor, a base é o faturamento bruto, o que não representa a fotografia exata da situação das empresas.

"A receita bruta dá a dimensão do tamanho da empresa, mas o que interessa para o setor são as vendas líquidas, que consideram a receita efetiva, incluindo os descontos concedidos aos medicamentos", afirmou uma fonte.

No ano passado, as indústrias farmacêuticas movimentaram R$ 49,7 bilhões no país, um crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a IMS Health. As vendas somente de genéricos ficaram em R$ 11,2 bilhões.

A EMS, que lidera o ranking da IMS Health com faturamento de R$ 4,06 bilhões, encerrou 2012 com receita líquida de R$ 1,92 bilhão, aumento de 9,7% sobre igual período do ano passado. A companhia registrou uma queda no lucro líquido de 30,7%, para R$ 269,4 milhões.

Os planos da EMS para deixar de ser uma empresa produtora de genéricos para partir para inovação começaram a ser traçados há cinco anos por Carlos Sanchez, controlador do grupo. A companhia já colocou no mercado o medicamento Patz, indutor de sono, fruto de inovação incremental (medicamento novo com patente desenvolvida a partir de um princípio ativo já conhecido). Outros projetos nesse mesmo sentido estão em desenvolvimento.

Vendas do setor atingiram R$ 49,7 bilhões no país em 2012, um crescimento de 16% em relação a 2011

A farmacêutica tem duas unidades em operação - em Hortolândia (SP) e São Bernardo do Campo (Grande ABC). E deverá inaugurar três novas unidades, das quais duas voltadas para produção de medicamentos não genéricos.

Todas as empresas analisadas pelo Valor Data apresentaram aumento dos custos. O único ponto fora da curva foi o laboratório Teuto, cujo 40% de seu capital pertence à multinacional americana Pfizer.

Os custos com produção recuaram em 5,1% no ano passado, para R$ 214,2 milhões, por conta de uma redução no que a empresa chama de gastos gerais de fabricação - apesar de o custo de materiais e de mão de obra terem subido como aconteceu nas concorrentes.

Marcelo Henriques Leite, presidente-executivo da companhia instalada em Anápolis (GO), explicou que 2012 foi um ano de reestruturação. "Percebemos que o mercado está mudando. Adquirimos máquinas, contratamos gente e fechamos algumas linhas de produção. Estamos nos adaptando aos requisitos da Pfizer", disse.

No ano passado, a farmacêutica encerrou com receita líquida de R$ 366,9 milhões, recuo de 3,3%. A queda do lucro líquido da companhia de 90,7%, para R$ 4,9 milhões, é reflexo dessa reestruturação, afirmou o executivo, que prevê resultados melhores para os próximos anos.

As empresas com maior foco em medicamentos de marca também apresentaram forte elevação em suas despesas com vendas, atreladas às equipes de propagandistas que visitam médicos para a divulgação dos produtos. Os laboratórios Aché, Eurofarma e União Química figuram nessa lista.

Na Eurofarma, a segunda maior em receita líquida, com R$ 1,64 bilhão, alta de 14,2% sobre 2011, as despesas com vendas cresceram 13%, compensadas contabilmente com reversão de provisões de contingência e recuperação de INSS.

A companhia encerrou 2012 com lucro líquido de R$ 155,6 milhões, elevação de 446% em relação a 2011.

O endividamento é uma preocupação (dívida financeira líquida sobre o patrimônio líquido chega a quase 90%), como reflexo em boa parte da aquisição de uma fábrica de soro, a Segmenta, em 2011, e investimentos no complexo industrial do grupo em Barueri (Grande São Paulo). Os investimentos da companhia em aquisições fora do país - a empresa tem laboratórios em parte da América do Sul e América Central - foram feitos com recursos próprios.

A empresa informou, por meio de um porta-voz, "tem um nível de endividamento considerado saudável para a organização, que cumpre totalmente as exigências de grandes bancos, e o recurso captado foi usado para financiar P&D [pesquisa e desenvolvimento] e aquisições".

O Aché, terceira maior no ranking, com um portfólio mais diversificado, é a que apresenta melhor margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Das cinco analisadas, a empresa é a única que não tem dívida, pelo contrário, possui excesso de caixa.

Nos últimos anos, o Aché tentou abrir seu capital, mas não levou o projeto adiante por conta das incertezas do mercado. E, nos últimos meses, a empresa foi colocada à venda, embora a companhia não confirme a informação. "O ativo interessa muito às grandes multinacionais, mas os valores pedidos [cerca de 25 vezes o Ebtida] pelos controladores, torna a compra proibitiva", disse uma fonte.

A União Química reportou no ano passado receita líquida de R$ 467,9 milhões, alta de 18,7% em relação a 2011. O lucro líquido da companhia cresceu 12%, para R$ 31,7 milhões. O Ebtida ficou em R$ 60,2 milhões, alta de 5,6%. Mas os seus custos com produtos vendidos cresceram 24,2%, para R$ 204,8 milhões. egundo Ronaldo Valentini, diretor administrativo e financeiro da União Química, o aumento dessas despesas faz parte da estratégia da companhia de elevar as vendas. "Faz parte do nosso planejamento crescer 20% ao ano, meta que foi traçada de 2012 até 2016. Para alcançar esse objetivo, tivemos que investir em força de venda", afirmou o executivo.

Fonte: Valor Econômico

Bayer alerta sobre expectativas ambiciosas

Meta de lucro para o ano tornou-se mais desafiadora, à medida que mercados de plásticos e de produtos químicos limitam crescimento das vendas

Bayer na Alemanha

A Bayer, maior farmacêutica da Alemanha, alertou que sua meta de lucro para o ano inteiro tornou-se mais desafiadora, à medida que mercados de plásticos e de produtos químicos mais complicados limitam o crescimento das vendas de novos produtos farmacêuticos.

"Nós estamos mantendo nossa expectativa atual para 2013, mesmo que pareça mais ambiciosa", disse o presidente-executivo, Marijn Dekkers, em um comunicado.

A Bayer disse que suas três novas drogas farmacêuticas, a Xarelto para prevenção de derrames, Eylea para olhos, e Stivarga para tratamento do câncer, teriam uma receita combinada de cerca de 1,4 bilhão de euros neste ano, ante a expectativa anterior de 1 bilhão de dólares.

O grupo confirmou que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teria um crescimento médio de um dígito percentual em 2013.

No segundo trimestre, o Ebitda da empresa subiu para 2,2 bilhão de euros, levemente acima das expectativas em uma pesquisa da Reuters.

Fonte: Exame.com

terça-feira, 30 de julho de 2013

Lucro da Pfizer supera expectativas no 2º trimestre

Maior farmacêutica dos Estados Unidos alinha uma divisão nos negócios que poderá levar ao desmembramento da sua unidade de genéricos

Capsulas do medicamento Lyrica, da PfizerA Pfizer divulgou lucro do segundo trimestre ligeiramente acima das previsões nesta terça-feira, num momento em que a maior farmacêutica dos Estados Unidos alinha uma divisão nos negócios que poderá levar ao desmembramento da sua unidade de genéricos.

A empresa, que foi atingida por uma queda nas vendas do seu remédio para colesterol que acabou de perder a patente, o Lipitor, reafirmou as metas financeiras para o ano.

No segundo trimestre, o lucro ajustado caiu 10 por cento, para 4 bilhões de dólares, ou 0,56 dólar por ação, ante 4,45 bilhões de dólares, ou 0,59 dólar por ação, um ano antes. A receita recuou 7 por cento, para 12,97 bilhões de dólares.

Analistas esperavam, em média, lucro de 0,55 dólar por ação, sobre uma receita de 13,01 bilhões de dólares, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S.

O presidente-executivo da Pfizer, Ian Read, tem analisado a estrutura do grupo depois da companhia ter alienado o negócio de nutrição e o de saúde animal. Na segunda-eira, a companhia informou que planeja separar suas operações comerciais, dando origem a duas unidades de produtos de marca e uma terceira para os genéricos.

Read disse que o novo modelo da Pfizer ajudaria a revitalizar o negócio principal da empresa, baseado em medicamentos inovadores, ao mesmo tempo em que reforçaria o valor de marcas comerciais e sem patente, maximizando a utilização de capital.

O negócio de genéricos da Pfizer, que representa 17 por cento das vendas totais, tem margens de lucro muito mais baixas que as drogas protegidas por patentes.

A Pfizer reiterou que espera um lucro anual situado na faixa de 2,10 a 2,20 dólares por ação.

Fonte: Exame.com

Receitas da Merck ficam abaixo da expectativa de Wall Street

Valorização do dólar reduziu vendas dos produtos de saúde animal e consumo e prejudicou resultados para remédios que exigem prescrição

Laboratório trabalha em remédio contra vírus da hepatite CAs receitas trimestrais da Merck ficaram abaixo das expectativas de Wall Street, com a valorização do dólar reduzindo as vendas dos produtos de saúde animal e consumo e prejudicando os resultados para remédios que exigem prescrição, incluindo a droga para tratamento de diabetes Januvia.

A segunda maior farmacêutica dos Estados Unidos teve lucro de 906 milhões de dólares, ou 0,30 dólar por ação, no segundo trimestre. No mesmo período do ano passado, o lucro foi de 1,79 bilhão, ou 0,58 dólar por ação, um ano antes.

Excluindo itens especiais, a Merck teve lucro de 0,84 dólar por ação. Analistas esperavam, em média, 0,83 dólar por ação.

A receita global da empresa caiu 11 por cento, para 11,01 bilhões de dólares, afetada pela competição de genéricos com seu remédio para asma Singulair, que perdeu a proteção de patente nos EUA um ano atrás. Wall Street esperava uma receita de 11,22 bilhões de dólares.

A receita teria caído 8 por cento se não fosse pela valorização do dólar, que reduziu o valor de suas vendas em mercados internacionais.

Fonte: Exame.com

domingo, 28 de julho de 2013

Eli Lilly avalia produzir genérico de marca para completar portfólio

Prestes a assumir a presidência da farmacêutica americana Eli Lilly no país, a partir do dia 1º de agosto, o argentino Julio Gay-Ger informou ontem, em entrevista exclusiva ao Valor, que a empresa avalia a produção de "genéricos de marca", conhecidos no Brasil como similares. Segundo ele, o foco da companhia segue no desenvolvimento de medicamentos inovadores, mas os remédios maduros (com patentes expiradas) poderão ser produzidos para complementar o portfólio em situações específicas.

"Oportunisticamente, podemos trazer algum produto sob o conceito de genérico de marca", afirmou o executivo, que descartou qualquer possibilidade de a companhia ingressar no segmento que ele chama de genéricos "puros". Gay-Ger, que até agora ocupava o cargo de presidente da Eli Lilly para a América Latina excluindo o Brasil e o México, substituirá no país o salvadorenho José Antonio Alas, que assumiu a vice-presidência de marketing da companhia para mercados emergentes.

A Eli Lilly tem unidade industrial em São Paulo, mas o executivo não adiantou quando nem onde os novos produtos poderão ser fabricados. Eles poderão ser produzidos a partir de fórmulas desenvolvidas pela própria empresa ou por outros laboratórios e que estejam com as patentes expiradas, desde que se encaixem nas classes terapêuticas já atendidas pela farmacêutica, como os tratamentos contra diabetes, colesterol, depressão e câncer.

"É mais uma questão de ponte até que cheguem novos produtos", acrescentou Gay-Ger. Conforme a diretora de assuntos corporativos da Lilly no Brasil, Regiane Salateo, a ideia é produzir, dentro de uma "área de novos negócios", medicamentos "com excelência e mais acessíveis do que os de inovação para complementar o portfólio em regiões específicas", como os mercados emergentes. A farmacêutica já mantém em linha produtos próprios com patente expirada, como o Cymbalta, o Prozac e o Zyprexa. O Cialis, contra disfunção erétil, tem patente até 2015.

Com investimentos em pesquisa equivalentes a 21% a 22% da receita global anual, a Lilly tem 12 novos produtos na terceira fase de desenvolvimento, a última antes do registro pelas autoridades sanitárias governamentais, que poderão ser lançados no Brasil a partir de 2015. Parte deles, conforme Gay-Ger, já virá com biomarcadores que permitem a individualização dos tratamentos e poderá ser colocado nos mercados americano e europeu nos próximos 12 a 18 meses.

"Optamos pela inovação porque é o que sabemos fazer bem", afirmou o novo presidente, para quem os genéricos e os medicamentos inovadores são "duas faces da mesma moeda". "Uma companhia de inovação faz investimentos enormes para que novos produtos cheguem ao mercado e quando a patente expira e os genéricos baixam os preços, você já recuperou o investimento para permitir [o desenvolvimento] dos próximos produtos de inovação", acrescentou.

O executivo não revelou qual a participação brasileira na receita líquida da Lilly, que somou US$ 22,1 bilhões em 2012 e é estimada entre US$ 22,6 bilhões e US$ 23,4 bilhões neste ano. Ele afirmou, porém, que dois terços do crescimento do setor de medicamentos no mundo vêm dos mercados emergentes, com a China, em primeiro lugar, e o Brasil, "imediatamente depois".

Conforme Regiane, a fábrica de São Paulo, que produz a maior parte da linha de comprimidos da farmacêutica, como Cymbalta, Prozac, Zyprexa, Cialis e Evista, este contra osteoporose, opera a 100% da capacidade instalada e está em "constante evolução" para aumento de produtividade e redução de custos. Além de suprir o mercado brasileiro, a unidade exporta para outros países da América Latina, com exceção do México.

Fonte: Valor Econômico

sábado, 27 de julho de 2013

Centrais sindicais defendem continuidade de multa de 10% sobre o saldo do FGTS

Os trabalhadores apoiam o veto da presidenta Dilma Rousseff à extinção da multa de 10% sobre o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em casos de demissão sem justa causa. Contrariamente à forma como se posicionou o empresariado, ao repudiar o veto, os representantes de trabalhadores manifestaram satisfação com a manutenção da multa. O veto da presidenta à mudança foi publicado no Diário Oficial da União na quinta-feira (25/7).

Para a CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras) do Brasil, o veto merece o "total apoio da classe trabalhadora brasileira", pois a aprovação do PLC (Projeto de Lei Complementar) 200/2012 foi o resultado da influência do setor dos empregadores no Congresso.

"Quem não usa mão do recurso da demissão sem justa causa, que não é permitida nos países onde vigora a Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), não tem razão para temer a multa rescisória mantida pela presidenta", disse, em nota, o presidente da CTB, Wagner Gomes. Essa convenção da OIT, sobre o Término da Relação de Trabalho por Iniciativa do Empregador, estabelece um quadro normativo geral, que depende de regulamentação dos Estados signatários. O Brasil chegou a assinar e ratificar essa convenção na década de 1990, mas a denunciou em 1997, quando a medida deixou de vigorar no país.

O secretário de organização sindical da CUT (Central Única dos Trabalhadores) Brasília, Roberto de Oliveira, também citou a convenção da OIT sobre relações de trabalho e defendeu a volta da estabilidade no emprego – que vigorou no Brasil até a Constituição Federal de 1988.

"Essa discussão tem como pano de fundo a volta da estabilidade ao emprego, como estabelece a convenção da OIT. A central defende que o Brasil acate essa convenção internacional, o que vai promover uma discussão geral sobre o tema", explicou Oliveira.

Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, a falta de estabilidade no atual mercado de trabalho brasileiro é uma das principais causas da rotatividade de mão de obra no país, o que ainda contribui para o aumento da quantidade de solicitações para o pagamento de seguro-desemprego, onerando as contas públicas. Segundo ele, a multa de 10% sobre o FGTS seria mais um fator de inibição para as demissões sem justa causa – além dos 40% sobre o mesmo fundo que vai para o trabalhador. No caso dos 10%, o montante é depositado no próprio FGTS, para investimentos em políticas públicas, como moradia.

De acordo com o secretário da CUT, Roberto de Oliveira, os trabalhadores e o próprio governo terão dificuldades em manter o veto da presidenta Dilma no Congresso. Depois de apreciado por ela, o texto retorna ao Congresso para análise dos parlamentares. Na quinta-feira, representantes de entidades do empresariado manifestaram repúdio ao veto, argumentando que a multa onera ainda mais a folha de pagamentos.

"Infelizmente, nosso Congresso é conservador e, se os empresários se mobilizarem, é possível derrubar o veto. As entidades representativas dos trabalhadores podem se mobilizar para tentar impedir isso, mas como essa discussão não diz respeito ao valor que efetivamente vai para o trabalhador, talvez isso dificulte a mobilização da classe", informou o secretário da CUT.

O presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, disse à Agência Brasil que a central vai se articular no Congresso no sentido oposto ao dos empresários, de forma a evitar a derrubada do veto. "Temos a convicção de que ela [Dilma] acertou. Vejo importância na manutenção da multa porque estamos em uma situação de quase pleno emprego e muitas empresas não entendem isso e trocam os empregados como mercadoria. Sou totalmente favorável ao veto por causa da diminuição de demissões desmotivadas."

A Força Sindical, assim como as demais entidades, posicionou-se favoravelmente ao veto. De acordo com a central sindical, o fim da multa retiraria R$ 3 bilhões por ano do fundo, sem a criação de medidas compensatórias, como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal – assim como foi justificado pela presidenta Dilma Rousseff.

A contribuição adicional de 10% foi incorporada à multa de 40% do FGTS para funcionários demitidos sem justa causa em 2001, devendo ser paga pelo empregador ao governo e não ao empregado. A contribuição extra foi criada para ajudar a corrigir um desequilíbrio existente entre a correção dos saldos das contas individuais do FGTS. A lei, entretanto, não estabeleceu prazo para o fim da cobrança dos 10%, nem o vinculou à solução do desequilíbrio do fundo.

Fonte: Agência Brasil

Indústria reduz os testes com animais em laboratórios

Aos poucos as empresas brasileiras começam a mudar seus hábitos e a investir para evitar o uso de animais nos laboratórios. É o caso do Grupo Boticário e da Natura. "Mais investimentos em recursos humanos e tecnologia foram necessários para abolir os testes em animais, mas ainda é preciso recorrer a laboratórios internacionais para garantir as avaliações exigidas porque o Brasil não tem infraestrutura", afirma a diretora de Segurança do Consumidor da Natura, Elizabete Vicentini.

Segundo a executiva, para tentar driblar o problema, a companhia - que desde 2006 mudou seus parâmetros para avaliação de segurança e eficácia durante o desenvolvimento de seus produtos ou de matérias-primas -, criou uma rede de parcerias com o meio acadêmico, laboratórios e entidades de classe a fim de reduzir esse movimento no segmento cosmético local e internacional. "É um estímulo aos nossos prestadores de serviços."

A Natura está ciente da possibilidade de um fornecedor da cadeia realizar testes de matérias-primas em animais para atender outras empresas, atuantes em mercados ou setores em que tais avaliações são exigidas para fins regulatórios. Ou seja, ainda não é possível garantir que toda a cadeia de suprimento seja "cruelty free".

Uma situação difícil de ser controlada, já que no país não há um movimento governamental para substituir testes em animais por alternativos com metodologia in vitro, segundo a gerente de Avaliação de Produtos e Assuntos Regulatórios do Grupo Boticário, Ana Lucia Pereira. "Independentemente disso, o Grupo Boticário reafirma o seu posicionamento de não realizar teste em animais nos produtos que desenvolve", diz.

Trata-se de um posicionamento alinhado à estratégia de sustentabilidade do negócio e que permite à companhia, segundo Ana, exportar sem restrições para a Europa, diante das recentes proibições da venda de produtos acabados testados em animais, a partir deste ano.

Embora o apelo bioético em pesquisas que envolvam animais seja controverso, não há proibições na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que cria uma incongruência com a legislação ambiental, o Artigo 32 da Lei 9.605/98, de crimes ambientais, que pune com prisão de três meses a um ano e multa quem pratica abuso, maus tratos e mutila animais, mesmo que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

Essa desorganização abre brechas na forma de se realizar as pesquisas e coloca a indústria farmacêutica, cosmética e de produtos de limpeza na mira de organizações globais como a People for the Ethical Treatment of Animals, a Peta - Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, em português. Aqui no Brasil, o Projeto Esperança Animal (PEA) nasceu inspirado na organização não-governamental dos Estados Unidos, criada em 1980, para lutar pelos diretos animais. "É crime", afirma o diretor-geral da PEA, Carlos Rosolem. "Se algumas empresas se adaptaram à legislação por que outras não podem fazê-lo?", diz Rosolem. "Não existe uma explicação transparente sobre as opções daquelas que ainda não se mexeram para se adequar".

Talvez essas empresas simplesmente cumpram as regras da Anvisa. Caso da Unilever, fora da lista cruelty free. Dona de um plano de sustentabilidade considerado como referência pelo mercado, a multinacional informa, pela assessoria de imprensa, que está comprometida com a eliminação de testes em animais, mas que é igualmente comprometida com a segurança e saúde do seu consumidor. "Em situações em que testes em animais são exigidos por lei ou atualmente inevitáveis, nosso objetivo é minimizar o número de animais utilizados", diz em comunicado. "Nossos cientistas desempenham um papel estratégico internacionalmente, trabalhando com os principais cientistas do mundo acadêmico, governo e ONGs no sentido de viabilizar o desenvolvimento e aplicação de testes sem animais para alcançar e avaliar a segurança do consumidor". (RC)

Fonte: Valor Econômico

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Campeão de vendas da Philip Morris receberá valor de prêmio invalidado pela empresa

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou agravo de instrumento pelo qual a Philip Morris Brasil tentava invalidar prêmio de R$ 8 mil para um supervisor de vendas. Vencedor da promoção "Clube dos Campeões" realizada pela companhia, ele ganharia uma viagem de quatro dias para Angra dos Reis (RJ), com todas as despesas pagas, mas afirmou que jamais recebeu o prêmio.

Em 2009, o supervisor participou da promoção, parte do programa de metas da empresa, cujo objetivo era fomentar a marca no comércio varejista. Todavia, em janeiro de 2010, após retornar de férias, a empresa o demitiu alegando que ele não alcançara as metas exigidas de vendas.

Em junho de 2010, ele entrou com reclamação trabalhista contra a Philip Morris Brasil na qual pediu, entre outras verbas, o pagamento corrigido do valor correspondente ao prêmio, algo em torno de R$ 8 mil. A empresa, na defesa, afirmou que havia previsão em regulamento advertindo que o desligamento do representante da empresa implicaria o não recebimento do prêmio.

Na audiência realizada pela 2ª Vara do Trabalho de Brasília (DF), o juiz afirmou que o representante da Philip Morris não soube informar sequer se o empregado havia atingido ou não as metas de 2009 ou qual seria o prêmio. O caso foi considerado como pena de confissão (parágrafo 1º do artigo 843 da CLT, segundo o qual o empregador pode se fazer substituir por representante, desde este tenha conhecimento dos fatos). A sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF-TO).

No agravo para o TST, a Philip Morris sustentou que a decisão regional contrariou o item II da Súmula 74 do TST. Para a empresa, as provas trazidas para a audiência deveriam ser levadas em conta para confronto com a pena de confissão. Mas a relatora do processo, ministra Dora Maria da Costa, explicou que, apesar da confissão aplicada à empresa, o Regional entendeu que o prêmio era devido porque a norma regulamentar apontada pela companhia não foi capaz de afastar o direito do trabalhador. Seu voto pelo não conhecimento do agravo foi acompanhado por unanimidade pela Turma.

(Ricardo Reis/CF)

Processo: TST-AIRR-846-61.2010.5.10.0002

Fonte: TST.JUS.BR

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Grupo Sanofi troca de comando no Brasil

O presidente da Sanofi para o Brasil e América Latina, Heraldo Marchezini, deixou o comando da companhia, segundo apurou o Valor. O mau desempenho da Medley, braço de genéricos do grupo, adquirida pela multinacional francesa em 2009, tem sido apontada como a principal causa da saída do executivo do grupo.

Arquirrivais no mercado nacional de genéricos, Medley e a brasileira EMS disputam palmo a palmo cada ponto percentual de participação nesse segmento. Nos últimos meses, a EMS tem levado a melhor. Entre o fim de 2012 e início deste ano, a Sanofi, ainda sob o comando de Marchezini, promoveu um choque de gestão em sua controlada. Nessa reestruturação, Décio Decaro, que estava à frente da Medley, saiu da companhia. Wilson Borges, ex-laboratório Zambon, de capital italiano, chegou ao grupo no início deste ano com o desafio de reverter o jogo.

Procurada, a Sanofi informou ao Valor que "Heraldo Marchezini, à frente da Sanofi na América Latina e diretor-geral para o Brasil, deixou o grupo. Para assegurar a continuidade dos negócios neste importante país e região foram feitas várias nomeações de executivos altamente experientes. Patricie Zagame, oriundo da Novartis [farmacêutica suíça], irá juntar-se à Sanofi e se tornar diretor-geral para o Brasil a partir do dia 1º de outubro. Stephen Cobhan, vice-presidente do grupo na Turquia e Oriente Médio, está assumindo como diretor-geral interino, para o Brasil. Após a chegada de Patricie, Stephen assumirá o cargo de vice-presidente para América Latina".

A farmacêutica não dá detalhes sobre a saída de Marchezini, mas o Valor apurou que a perda de participação de mercado da Medley nos últimos meses teria sido o principal motivo da saída dele do comando da empresa no país e América Latina. Uma recente auditoria de desempenho foi realizada na farmacêutica este ano, comprometendo de vez o destino do principal executivo da Sanofi no país e região à frente dos negócios, informaram fontes familiarizadas com o assunto.

Dados obtidos pelo Valor mostram que as vendas da Medley no mercado nacional recuaram 7,6% em unidades (caixas de medicamentos) entre julho do ano passado e junho deste ano. No mesmo período, a EMS cresceu 4,4%. Em receita, a Medley teve aumento de 3%, enquanto a EMS subiu 13% no mesmo período. Em 2012, o faturamento bruto da EMS Pharma atingiu R$ 4 bilhões e, o da Medley, R$ 3,3 bilhões, de acordo com informações da consultoria IMS Health, obtidas com fontes de mercado. Esses dados consideram apenas a receita bruta das empresas individualmente, não do grupo EMS e Sanofi e suas controladas.

"A Medley trabalhava com um estoque alto, de seis meses, enquanto a média do setor gira em torno de dois meses, com pagamento para 28 dias", disse uma fonte de mercado. Fontes do setor afirmam ainda que a estratégia agressiva de negócios da EMS também tem incomodado vários concorrentes - o grupo, com sede em Hortolândia (SP) e várias empresas controladas, tem uma política forte de desconto no mercado.

A contratação de Zagame, em negociação há alguns meses, foi feita pelo próprio Marchezini, que acumulava desde 2011 o comando no país e da região. A ideia era que ele ficasse concentrado apenas na estratégia do grupo para a região.

Com toda sua carreira construída dentro da Sanofi, Marchezini, de 48 anos, tornou-se presidente da companhia na Polônia aos 35 anos. O executivo foi o principal estrategista durante o processo de aquisição da Medley em 2009, ativo que estava sendo disputado por várias multinacionais e que desencadeou o movimento de consolidação do setor farmacêutico no país. Àquela época, a Medley, que era controlada pela família Negrão, dos irmãos Guto e Xande, pilotos em corridas de carro, e seu pai, garantiu a liderança à Sanofi no mercado de genéricos. O negócio foi considerado estratégico para o crescimento da multinacional em mercados emergentes. "O cargo de Marchezini estava sendo muito visado pela importância do Brasil e América Latina para o grupo", disse uma fonte.

"Marchezini sempre foi um profissional ético e transparente nos negócios, mesmo quando se tratava de assuntos envolvendo a concorrência", afirmou outra fonte. Procurado pelo Valor, o executivo não retornou aos pedidos de entrevista.

Fonte: Valor Econômico - Por Mônica Scaramuzzo